Seja bem-vindo(a) a este espaço de pequenas leituras e grandes diálogos! Nesta terceira postagem convido você a refletir comigo sobre uma forma de comunicação que muitas vezes passa despercebida, mas que diz muito: a linguagem ocular. Muito além das palavras, nossos olhos revelam intenções, emoções e sentidos que escapam ao discurso verbal.
Linguagem ocular
Também chamada de linguagem silenciosa, a linguagem ocular é uma forma de comunicação que se dá através dos diferentes padrões de movimento dos olhos. O modo como se olha, a dilatação das pupilas e os deslocamentos do olhar revelam muito sobre os pensamentos e estados internos de uma pessoa.
💭Desde tempos remotos, o olhar já era reconhecido como um canal de comunicação poderoso. Civilizações antigas, como a egípcia e a chinesa, utilizavam estratégias visuais para provocar efeitos comunicativos. Mulheres egípcias e prostitutas chinesas, por exemplo, usavam beladona para dilatar as pupilas, acreditando que o olhar mais aberto as tornariam mais atraentes.
Atualmente, diversas áreas do conhecimento estudam os olhos como ferramenta da linguagem, como por exemplo: a psicologia, a neurolinguística, a semiótica e a tecnologia. À vista disso, podemos destacar, também, um dos recursos mais utilizados no processo de identificação da linguagem ocular que é o rastreamento ocular, técnica que permite identificar, por meio de um aparelho tecnológico, onde o olhar se fixa, revelando focos de interesse, emoção ou intenção, na maioria das vezes utilizado para detectar sinais de deficiência de aprendizagem ou diagnosticar distúrbios cerebrais.
Dispositivo usado para estudos de rastreamento ocular.
Guia de Programação Neurolinguística - PNL
A Programação Neurolinguística (PNL) é uma abordagem da comunicação e da mudança, desenvolvida no final dos anos 70 a partir dos trabalhos dos americanos Richard Bandler ( doutor em matemática e em psicologia) e John Grinder (doutor em psicologia e linguística). Na PNL, os olhos são uma das principais pistas para entender como pensamos. Desta foram, tornou-se possível associar os movimentos oculares a processos mentais específicos. Por exemplo👀:
- Quando buscamos uma imagem já vista, olhamos para cima e à esquerda (visual lembrado).
- Quando criamos mentalmente uma imagem que nunca vimos, olhamos para cima e à direita (visual construído).
- Quando lembramos de sons, olhamos para o lado esquerdo (auditivo lembrado).
- Quando inventamos sons ou diálogos internos, o olhar se dirige para a esquerda ou para baixo (auditivo interno ou auditivo digital).
- Já ao entrar em contato com emoções, é comum que o olhar vá para baixo e à direita (cinestésico).
Esses padrões não são regras universais, mas ajudam a compreender como o corpo e a mente dialogam de forma silenciosa.
Alfabeto das pupilas
As pupilas transmitem sinais sutis que muitas vezes nos escapam, mas seguem um “alfabeto” próprio. Seu tamanho varia de forma involuntária, refletindo emoções e reações diante de diferentes estímulos. Em contextos agradáveis, é comum que as pupilas se dilatem, o que sugere uma resposta fisiológica ligada ao interesse ou à atração. Por outro lado, a contração das pupilas pode indicar tensão, hostilidade ou estados emocionais negativos, funcionando como um sinal não verbal de fechamento ou desconforto diante da situação comunicativa.
E o que dizer do sorriso de Duchenne?
Nomeado em homenagem ao pesquisador francês Guillaume Duchenne, esse tipo de sorriso envolve, além dos músculos da boca, os músculos ao redor dos olhos (os orbiculares). É esse detalhe nos olhos que distingue um sorriso genuíno de um sorriso forçado. Quando sorrimos de verdade, os olhos acompanham a expressão, enrugando suavemente as laterais e elevando as bochechas.
Portanto, falar de linguagem ocular é mergulhar num universo que vai além dos simples movimentos dos olhos, é reconhecer um sistema delicado e silencioso que atravessa o olhar e toca o outro antes mesmo que a voz desperte. É a fala do silêncio, o gesto que sussurra, a emoção crua que escapa pelos olhar sem pedir permissão.
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